terça-feira, 21 de junho de 2011

Festa do centenário

Milhares de fiéis no encerramento das comemorações dos 100 anos da AD

jUma grande festa marcou o encerramento das comemorações pelos 100 anos da igreja Assembleia de Deus, na noite deste sábado (18), no estádio olímpico do Pará, o Mangueirão. A multidão que participou do evento ocupou as arquibancadas, gerais, cadeiras e o gramado do estádio para assistir aos shows de cantores evangélicos e ouvir as palavras de diversos pastores, tendo à frente o presidente da congregação, pastor Samuel Câmara.
Um momento de destaque para os presentes foi a pregação de Reinhard Bonnk, pastor conhecido principalmente por suas grandes cruzadas evangelísticas através do continente africano.
“Estou muito emocionada com as palavras do pastor, de modo que nos incentiva manter a chama pentecostal acesa. Ele tem uma energia que contagia todo mundo. Podemos sentir a presença de Deus e isso é maravilhoso”, disse Amélia Martins, 69 anos.
O Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, que participou de todo o evento falou ao final da honra de estar presente. “Que a paz esteja com todos. Vim em nome do Senhor para fazer o que ele pediu: que todos nós, discípulos de Jesus, possamos nos reconhecer no amor que nutrimos uns pelos outros”.
O Governador do Estado, Simão Jatene, também se manifestou parabenizando a todos pela grande comemoração do Centenário da Igreja. “Não vim aqui falar. Vim ouvir e viver esse momento de celebração de amor e de vida. Em nome de todos os paraenses eu agradeço e parabenizo a todos os presentes. Que o amor sentido aqui se espalhe para todo o mundo”, disse.
Após o culto aconteceu a apresentação de cantores evangélicos, o pastor Marco Feliciano, Elaine de Jesus, Mara Lima, Roberto Marinho, Jairinho e outros se apresentaram mais uma vez para o público presente.
Às 23h deu-se inicio ao “vigilhão” evento que aconteceu no Centenário Centro de Convenções que fica próximo ao Mangueirão. Milhares de pessoas estiveram presentes.


Fonte: agências de noticias- post inforgospel.com.br

sábado, 11 de junho de 2011

GUNNAR VINGREN - UM DOS FUNDADORES DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

Última Saudação de Gunnar Vingren
"Diga-lhes que vou feliz com Jesus, e como um Pai em Cristo, exorto todos a receberem a Graça de Deus, que quer operar mais santidade e humildade, para que possam receber os Dons do Espírito Santo. somente desta maneira a igreja de deus poderá estar preparada para a vinda de jesus"

Como Tudo Começou.
Enquanto o avivamento pentecostal expandia-se e dominava a vida religiosa de Chicago, na cidade de South Bend, no Estado de Indiana, que fica a cem quilômetros de Chicago, morava um pastor batista que se chamava Gunnar Vingren. Atraído pelos acontecimentos do avivamento de Chicago, o jovem foi a essa cidade a fim de saber o que realmente estava acontecendo ali. Diante da demonstração do poder divino, ele creu e foi batizado com o Espírito Santo.

Gunnar Vingren original
Pastor Missionário Suéco (PA) (In Memoriam - 1879 a 1933]

: Liderança
- Liderou a Igreja em Belém do Pará.
- Liderou a AD no Rio de Janeiro.
- Primeiro Líder das ADs no Brasil de 1911 a 1930, sendo substiuído apenas durante doenças ou viagens pelo missionário Samuel Nyströn.
- Líder das Ads do Brasil em 1932, enquanto era Líder da AD em São Cristovão (RJ).
- Presidente da Mesa Diretora da Convenção da CGADB em 1931

: Pessoal
- Nome completo: Gunnar Adolf Vingren
- Nascimento: 08 de Agosto de 1879.
- Natural: Ostra Husby, Ostergotland, Suécia.
- Esposa: Frida Strandberg (Casou-se em 16 de Outubro de 1917 em cerimônia presenciada por Samule Nyströn).
- Filhos: Filha Gunvor, sepultada no Brasil e o filho Ivar Vingren.
- Faleceu em 29 de Junho de 1933.

: Formação
- Em setembro de 1904, iniciou curso no Seminário Teológico Batista Sueco em Chicago onde se diplomou em 1909.

: Ministério
- Nasceu em lar evangélico (pais batistas)
- Aos 9 anos sente a chamada de Deus pela primeira vez.
- Aos 12 anos desviou-se da igreja até os 17 anos.
- Em 1896 entrega-se novamente ao Senhor em um culto de vigília.
- Em 1897 (com 18 anos) é batizado nas águas na Igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia.
- Assumiu a direção da Escola Dominical da sua igreja, substituindo seu pai.
- Em 14 de Julho de 1897 é impactado por um artigo sobre missões em uma revista e toma a decisão de um dia ser missionário.
- Em 1898 participou de uma Escola Bíblica de um mês em Götabro, Närke onde foi muito impactado pela mensagem.
- Depois foi enviado com o evangelista Soderlund à província de Skane, seu primeiro campo de trabalho.
- Depois evangelizou nas províncias de Västergötland e Tidaholm onde adoeceu e foi curado milagrosamente.
- Depois evangelizou em Rönneholm e retornou a Skane.
- Prestou o serviço militar e, em 30 de Outubro de 1903, embarcou para a Inglaterra e depois para os Estados Unidos (Boston, Massachusets).
- Foi para Kansas City (EUA).
- Trabalhou como foguista, porteiro e jardineiro.
- Estagiou e dirigiu várias igrejas enquanto fazia o Seminário Teológico (1904 a 1909].
- Em junho de 1909, assumiu a direção da Igreja Batista Menominee, Michigan.
- Participou da Convenção Geral Batista dos Estados Unidos.

- Em novembro de 1909, visita a Primeira Igreja Batista Sueca em Chicago, onde foi batizado no Espírito Santo com a evidência do falar em línguas. Também nesta conferência, conheceu Daniel Berg (Veja: biografia deste).
- Em 1910 vai para a Igreja Batista em South Bend, Indiana, onde foi viu e participou do grande avivamento ali.
- Foi alí que Deus revelou a ele e ao Daniel Berg sobre o local para onde deveriam ir: Pará.
- Conseguem juntar o suficiente para a viagem e chegam em Belém do Pará, Brasil em 19 de Novembro de 1910.
- Inicialmente, moraram no porão da Igreja Batista e, depois na casa do irmão Adrião Nobre.
- Aos poucos aprendiam a lingua protuguesa.

- As irmãs Celina Albuquerque e Maria Nazaré creram na mensagem e receberam o batismo no Espírito Santo.
- Com este início de movimento pentecostal foram expulsos (19 membros) da igreja batista.
- Em 18 de junho de 1911, nascia a "Missão de Fé Apsotólica", que em 11 de janeiro de 1918 mudou de nome, sendo registrada oficialmente como Assembléia de Deus.
- Depois voltaria a visitar a Suécia por 2 vezes (1917 e 1932].
- Em 15 de Agosto de 1932 retornou à Suécia.
- Continuou frequentando a igreja em Estocolmo.
- Falesceu em 29 de Julho de 1933.

: Realização
- Pioneiro fundador da Assembléia de Deus no Brasil juntamente com Daniel Berg.
- Fundou a "Missão de Fé Apostólica" em 18 de Junho de 1911, que mudou de nome para "Assembléia de Deus" em 11 de Janeiro de 1918.
- Fundou o jornal "Boa Semente" em 1919 em Belém do Pará.
- Fundou o jornal "Som Alegre em 1929 no Rio de Janeiro.
- Fundou o jornal "Mensageiro da Paz" em 1930, resultado da fusão dos dois jornais e que viria a ser o órgão oficial da Assembléia de Deus no Brasil.

: Observação
- Pioneiro fundador da Assembléia de Deus no Brasil.
- Veja também a biografia do seu companheiro Daniel Högberg.
: Mensagem deixada aos brasileiros
"Diga-lhes que eu vou feliz com Jesus e, como um pai em Cristo, exorto a todos a receber a graça de Deus, que quer operar mais santidade e humildade, para que possam receber os dons do Espírito Santo. Somente desta maneira a Igreja de Deus poderá estar preparada para a vinda de Jesus".

: Fonte
- Encarte Especial da revista Obreiro, ano 23, no 13 - CPAD
: Bibliografia
- Veja também:
- "O Diário do Pioneiro Gunnar Vingren" de Ivar Vingren pela CPAD. A história do fundador das ADs no Brasil.
- "História das Assembléias de Deus no Brasil" de Emílio Conde pela CPAD.

Assembleia de Deus no Brasil

DANIEL BERG - UM DOS FUNDADORES DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS.


Palavras de ânimo que dizia Daniel Berg. "Jesus é bom. Glória a Jesus! Aleluia! Jesus é muito bom. Ele salva, batiza no Espírito Santo e cura os enfermos. Ele Faz tudo pro nós. Glória a Jesus! Aleluia!".Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil. Não possuíam eles amigos ou conhecidos na cidade de Belém. Não traziam endereço de alguém que os acolhessem ou orientasse. Carregando suas malas, enveredaram por uma rua. Ao alcançarem uma praça, sentaram-se em um banco para descansar; e aí fizeram a primeira oração em terras brasileiras.

Daniel Berg
Pastor Missionário Pioneiro (PA) (In Memoriam - 1884 a 1963]
: Liderança
- Pioneiro fundador da AD no Brasil
- Primeiro Pastor da AD Belém (SP)

: Pessoal - Nome completo: Daniel Högberg (Conhecido como missionário Daniel Berg).
- Nascimento: 19 de Abril de 1884.
- Natural: Vargon, Suécia.
- Pais: Gustav Verner Högberg e Fredrika Högberg (pertenciam à Igreja Batista).
- Esposa: Sara (Casou-se em Julho de 1920 na Suécia).
- Filhos: David Berg (?)
- Falecimento: 1963 aos 79 anos de idade.

: Formação
- Aprendeu a profissão de fundidor na sua primeira viagem aos Estados Unidos.
: Ministério
- Converteu-se e foi batizado nas águas em 1899.
- Foi para os Estados Unidos em 5 de Março de 1902 (aos 18 anos), chegando em Bostom em 25 de Março.
- Retornou à Suécia por algum tempo onde tomou conhecimento sobre a graça do Batismo no Espírito Santo através de um amigo.
- Vai novamente para os Estado Unidos (1909] e, ainda na viagem, é batizado no Espírito Santo.
- Em 1909, numa Conferência em Chicago, conhece o pastor Gunnar Vingren (Veja: biografia).
- Muda-se para South Bend onde pastoreava o Gunnar, iniciava-se uma grande amizade.
- Juntamente com o amigo recebem a revelação para irem ao Pará.
- Abandonou o emprego e, juntamente com o amigo, partiram para o Brasil.
- No Brasil, empregou-se como caldereiro e fundidor na Companhia Port of Pará. O que recebia servia de sustento para os dois.
- A conseguir se comunicar em português, começou a evangelizar nas cidades e vilas ao longo da Estrada de Ferro Belém-Bragança, enquanto Vingren cuidava do trabalho iniciado na capital.
- Evangelizou a Ilha de Marajó.
- No início de 1920 visitou a Suécia, onde conheceu a jovem Sara com quem se casou em Julho.
- Em 1921, retornou ao Brasil casado.
- Em 1927, muda-se para São Paulo
- Em 1963, hospitalizado na Suécia, continuava evangelizando através de folhetos e orações.
- Descansou em 1963 aos 79 anos de idade.

: Autoria
- Livros:
"Enviado por Deus - Memórias de Daniel Berg" - CPAD.
: Realização
- Juntamente com Gunnar Vingren, fundou a Assembléia de Deus no Brasil em 18 de Junho de 1911.
: Palavras de ânimo
"Jesus é bom. Glória a Jesus! Aleluia! Jesus é muito bom. Ele salva, batiza no Espírito Santo e cura os enfermos. Ele Faz tudo pro nós. Glória a Jesus! Aleluia!".

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Espera de um amor…





 Voce que está a espera de um grande amor, O principe ou a princesa de sua vida. Leia esta texto vale a Ema inteira... Confira:



- Alô?  João?
- Maria?  Olá, Maria!  Tudo bem?
- Tudo, João.  E aí, como está o coração???
- Ah, Maria, não começa de novo, por favor…
- Tá legal, João.  Não liguei pra isso não.  Quero te fazer um convite.  Posso?
- Manda bala.
- É que o Sammy Tippit vai pregar no ginásio da prefeitura, e vai sair uma kombi de cada igreja aqui da baixada, eu queria te convidar pra ir comigo.  É grátis, vai ser no domingo à tarde, e vamos ter boa música e uma boa pregação.  Topa?
- Topo.
- Como?!?  Você topa?
- Topo, poxa!  Era pra não topar?
- Não, claro que era pra topar!  É que eu fiquei superfeliz!
- Tá.  Que horas tenho que chegar?  ”Tô à fim” de ir à noite, no culto, também.
- Nossa, cara, que legal!  Olha, chega às 13:30, a perua vai estacionar às 14.  Assim a gente não perde a condução, e ainda conversa um pouquinho.  Nossa, estou superfeliz, João!
- Tá legal.  Vou no culto da noite também.  Só que agora tenho que desligar, que o chefe tá chegando.  Beijinho.  Tchau.
Maria amava a João.  Eles namoraram por alguns meses, dois anos antes.  Mas João voltara para a velha namorada e Maria ficara magoada, triste, mas não desesperançada.  Sempre que podia, enviava telemensagens, e-mails, cartas, recadinhos.  João nunca respondia.  Ou, quando o fazia, inventava as desculpas mais esfarrapadas.  Mas Maria era persistente, e continuava cheia de esperanças.
Muito mais agora, que João prometera ir à cruzada!  Sammy Tippit envolvera todas as igrejas da região nessa cruzada.  Cada congregação ganhara uma perua para buscar as pessoas.  O ginásio comportava umas duas mil pessoas; assim, conseguiria encher todas as arquibancadas.
Ainda era quinta-feira.  Maria não se agüentava de tanta felicidade!  Até o domingo ela fez de tudo, para demonstrar a sua gratidão ao Senhor, e implorar-lhe a bênção: jejuou, orou por horas, leu muitos capítulos da bíblia, evangelizou, enfim, fez muito mais do que estava acostumada.  No seu “diário”, decorou cada um desses dias com um arabesco diferente, colorido e trabalhado.  Ela estava tão ansiosa, que perdera até a fome.  Estava tão feliz, que cumprimentava a tudo pelo caminho: “Bom dia, poste!”, “Bom dia, gato!”, “Bom dia, hidrante!”.  Ah, como é linda a paixão!
Já era sábado.  Gastou um bom dinheiro no cabeleireiro, produzindo-se de forma brilhante.  Pedira à mãe para apertar o vestido que comprara para o casamento da prima, e emprestara os sapatos de veludo colorido de Soraia, colega de escola.  Ela teria, enfim, um encontro!  Sim, João iria à cruzada!
Chega o domingo.  O relógio marcava 13 horas, e Maria já se encontrava na porta da igreja.  O sol brilhava forte, Maria estava debaixo da sombrinha, sem incomodar-se.  O zelador ainda não abrira o templo.  13:30: começaram a chegar as meninas da sua turma de mocidade.  Também os adolescentes, seus alunos, que iriam cantar no “grande coral da baixada”.  Ela estava orgulhosa por ver os meninos integrados em atividades musicais de louvor tão clássicas e solenes.
Faltavam 10 minutos para as 2 da tarde, e a perua chegara.  Maria agora suava frio.  João não aparecia na rua, nem de um lado, nem do outro.  ”Será que ele esqueceu?  Oh, meu Deus, estou tão ansiosa!” Às duas em ponto todos estavam presentes, menos o João.  Maria inventou, então uma desculpa, dizendo ter esquecido um prendedor de cabelos no banheiro feminino, e pediu para entrar.  Pois sim.  Ela queria ganhar tempo, para que o seu amor chegasse.
Mas às duas e dez o motorista da perua ameaçou deixá-la, caso não entrasse.  Com um grande bico, carrancuda, entrou no veículo, rumo ao ginásio.  E João não veio.
Chegaram no ginásio.  Gente de toda a parte, de todos os lados, pessoas felizes, com faixas das igrejas, com camisetas coloridas, fitas nos cabelos, bandeirolas na mão, cada um fazendo a sua própria campanha.  Maria conduziu o seu grupo para as escadas que davam de frente ao palco onde o coral e o Sammy estariam.  Sentaram-se e conversavam muito.  Mas Maria observava os portões.  ”Será que o meu amor perdeu-se, será que ele vem de ônibus?  Será que ele vai me surpreeender?  Oh, Deus, por favor, não me deixe sozinha…”
Estava ventando muito nas escadas onde estavam.  Marcos e as garotas pediram a ela se poderiam sentar-se lá do outro lado, pois não estavam se agradando do vento.  Maria disse que sim.  Perguntaram-lhe se não iria com eles, e ela disse que já estava bem acomodada ali.  E eles foram embora, deixando-a sozinha.  ”Poxa, que amigos da onça eu tenho!  Ninguém quis ficar comigo”.
Começou o culto.  O coral cantava maravilhosamente.  Alguns solos, avisos, e Sammy Tippit pregou a Palavra de Deus, sob a interpretação maravilhosa do Pr.  Tércio, da Primeira Igreja Batista de Maceió.  Depois do apelo evangelístico, dezenas e dezenas de pessoas desceram das escadas, em lágrimas, entregando-se a Jesus.
Maria ficara feliz, com certeza.  Mas o seu coração estava arrasado.  O João não veio.  E ela queria que essa tarde fosse uma tarde completa: ela e o João.  Ela queria estar ao lado de quem amava.  Seu coração pulsava forte por João, mesmo que dois anos os separassem.
Assim que Sammy orou pelos decididos, o povo foi se levantando para ir embora, pegar a condução.  Mas o coral ainda cantava.  Maria ficou até o fim.  Maria ouviu parte por parte.  Seus garotos estavam cantando, ela fez questão de prestigiá-los.  Quando terminaram, ela levantou-se e aplaudiu efusivamente a apresentação, e desatou a chorar.  E chorava copiosamente.  Seu coração doía.  Ela já não sabia se chorava de alegria pelas conversões, ou pelo gozo de ver seus meninos cantando uniformizados, ou se lamentava a ausência de João.  Olhou à sua volta.  Não sobrara ninguém!  Ela estava absolutamente sozinha.  A única que ficara sentada na arquibancada!
Maria chorou, e ninguém a consolou.
- “Senhor, por que comigo?  O que foi que eu te fiz?  A Gláucia, a Cíntia, a Beth, a Zenaide, todas são felizes, estão namorando, e não sofreram assim!  Elas me pressionam, Senhor, dizem que não sou normal!  Onde está o João, Senhor?  Onde estão os meus amigos?  Onde está a minha felicidade?”
Ah, sim.  A dor que Maria sentia era muito grande.  Não era manha não.  Nos seus 21 anos, Maria era virgem.  Guardara-se para agradar ao seu Criador, honrando ao Senhor Jesus.  Maria era trabalhadora, desde os 14 anos nunca deixara de exercer alguma função, e agora era secretária numa boa empresa.  Era a primogênita da família, uma filha excelente.  Seu quarto era um brinco, seus pais muito a amavam.  E, na igreja, um exemplo: recepcionista de visitantes, professora dos adolescentes, cantava solos, dava cursos de artesanato e participava da sociedade de moças.  Sua beleza era inconfundível: uma pinta bem debaixo da orelha direita exercia um charme especial.  Quando sorria, lindas covinhas se abriam, e os seus loiros cabelos brilhavam mais ainda, combinando com aqueles olhos de um azul claríssimo!  Linda, trabalhadora, inteligente, amada, Maria não queria outro homem, somente o João, seu primeiro e grande amor.  Maria sentia-se só.
Quantos de nós não somos como Maria, detentores de um vazio enorme dentro do coração, frustrados com as coisas que não acontecem, ou fartos de outras que teimam em acontecer!  Quantos de nós ficamos sentados, sem um amigo verdadeiro do nosso lado!  Ninguém conhece as profundezas de nossos corações!
Ainda nas escadas do ginásio, Maria orou com a bíblia no colo:
“Senhor, fala comigo!  Eu não agüento mais!  Senhor, eu preciso ouvir a tua voz!”
Então ela fez algo incomum em sua formação bíblica.  Resolveu abrir a sua bíblia aleatoriamente.  Sua bíblia estava toda marcada, grifada, sublinhada, com canetas de todas as cores.  Então, ao abri-la, deparou-se com um versículo saltando da página, como se dissesse “me leia, por favor!”.  Ei-lo:
“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.
O texto era Jeremias 29.11.  Maria leu, releu, leu novamente, e orou:
“Senhor, se és tu quem falas comigo, então mostra-me que planos são estes!  Que futuro é este!  Que esperança é esta!  Sinto-me sozinha, sinto-me abandonada, indesejada!  Senhor, eu preciso saber quais são os teus planos para mim!  ”
Maria foi embora na perua.  Chegando na igreja, foi ao banheiro, lavou seu rosto, arrumou-se um pouco e foi ao seu lugar especial, no quarto banco à esquerda, próximo do ventilador.
Com o coração pesado, Maria sentia vontade de estar invisível, de não ser notada, de ser só ela e Deus, naquele momento.  O pastor solicitava os cânticos, Maria só ouvia as canções, acompanhava com o pensamento.  Mas, por fora, apenas lágrimas copiosas rolavam de suas faces.  João não viera ao culto também.  Não, ela nem olhava para a porta do templo.  De que adiantaria?
Maria chorava.  Enquanto o pastor pregava, Maria estava à quilômetros de distância, sentindo o rosto a queimar, o peito a doer, o corpo a moer.  Duas senhoras, sentadas próximas, lhe perguntaram: “Maria, o que há?  Você está bem?  Está sentindo dores?  Quer que tragamos água, ou a acompanhamos até o banheiro?” Gentilmente Maria desculpou-se, dizendo: “Não, irmãs.  Eu estou em comunhão com Deus”.  As irmãs, imediatamente a deixaram em paz.  É como se estivessem tocando em solo sagrado.  As lágrimas derramadas na presença de Deus, não devem ser represadas.
Ah, quando o peso é grande demais, quando a dor é forte demais, quando o abandono é longo demais, quando a frustração é profunda demais, sentimo-nos como Maria!  O rosto nos queima, as canções soam longe, a pregação nos escapa, o mundo muda de ritmo, parece que tudo custa a passar!  Estar com o Senhor é o melhor lugar, em tempos de perturbação!
Maria dizia em seu íntimo:
“Senhor, que planos tens para mim?  Que esperança me dás, se as coisas que mais quero não consigo ter?  Aonde está o meu João?  Aonde está o respeito das minhas amigas?  Eu sou diferente, Senhor!  Todas têm namorados, todas estão quase se casando, e eu estou aqui, sozinha, chorando por um homem que não me ama!  Fala comigo, Senhor!”
O culto terminara.  O pastor dera a bênção apostólica e fora à porta, despedir os membros.  Maria, que era uma das primeiras a confraternizar-se, ficou sentada.  Suas pernas pesavam, ela estava fraca, sentia-se mal, queria morrer.  ”Fala-me, Senhor!”
Depois do tumulto do instante inicial, o corredor foi se tornando mais livre, e as crianças corriam de um lado para o outro.  Julinho, um garotinho espoleta, correndo por todos os lados, tropeçou numa bíblia, pegou-a correndo, deu-a aberta à Maria, e disse: “Tó, tia, tô indo.  Tchau”.
Maria tomou a bíblia e, antes de fechá-la e colocá-la no encosto do banco, viu acesos alguns versículos grifados, e decidiu lê-los antes.  Ei-los:
Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre.
Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
Então ela pensou:
“Meu Deus!  Paulo dava graças mesmo padecendo necessidades!  Paulo passava fome também!  Era isso que ele queria dizer, quando falava POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE QUE ME FORTALECE!”
Foi como o sol a nascer no horizonte da vida de Maria.  O Espírito Santo mostrara-lhe algo que lhe era encoberto: “ANTES DE PENSAR NAQUILO QUE NÃO SE TEM, AGRADEÇA PELAS COISAS QUE TEM”.  Sim, era disso que ela precisava!  Mas, como tirar a dor do coração?  Como esquecer do João, ou do opróbrio?
Maria ajoelhou-se, tomou as mãos e fez um gesto, como a colocar sobre o banco um pacote.  E disse:
“Senhor, eu não sou capaz de agradecer pela necessidade.  Eu não sou capaz de gostar do teu plano para a minha vida.  Mas EM CRISTO, que me fortalece, eu serei capaz.  Capacita-me, ó, Pai!  Agora, Senhor!  Dá-me um coração igual ao teu, meu Mestre!”
A dor não saiu rapidamente, mas Maria levantou-se dali decidida.
Ela decidiu não ligar mais para o João.  Se alguém estava perdendo nessa história, esse alguém era ele e não ela.  Portanto, se ele não dava valor, então era porque o Senhor não o havia designado como companheiro para ela.
E, sobre esse assunto, Maria decidiu pensar o menos possível.  Disse ela: “Se eu pensar no quanto sou infeliz sozinha, os meus problemas não melhorarão.  E, se eu pensar que Jesus está comigo, não vou piorar.  Então eu escolho não pensar mais na solidão, e entregá-la nas mãos de Deus”.
Ela decidiu ignorar o opróbrio das amigas.  Ela explicou a elas que, se elas estavam namorando e iam se casar em breve, que agradecessem ao Senhor por isso, mas que não quisessem obrigá-la a ter a mesma coisa, pois, em sua vida, os planos de Deus eram outros, e isto tinha que ser respeitado.  Suas amigas entenderam, e não forçaram mais nenhuma situação embaraçosa.
Sua fisionomia já não estava abatida.  Pelo contrário, Maria agora estava mais simpática que nunca!  Lecionava com mais amor e vigor, aos seus adolescentes; cantava com gratidão ao Senhor; recebia os visitantes com grande simpatia; enfim, tudo ficou melhor.  Ela dizia:
“EM TUDO DOU GRAÇAS, MESMO PELAS COISAS QUE NÃO GOSTO.  DEUS TEM PLANOS PARA MIM, PLANOS DE PAZ, PLANOS DE VIDA, PLANOS DE ESPERANÇA.  VOU CONFIAR!”
E Maria tornou-se feliz.
Dias atrás, soube que casou-se!  Sim, um jovem garboso e elegante (garboso?  essa palavra é arcaica; hoje se diz “saradão”…), muito crente, gentil e responsável, atravessou o seu caminho quando ela menos esperava.  Os dois se gostaram tanto, se entenderam tão bem, se atraíram tanto, que casaram-se, numa festa de fazer cair o queixo.  O primeiro filho chama-se JEREMIAS, e o PAULO está prestes a nascer.  Que coisa!
Bom, mas sobre a sua família de Maria, isso eu contarei um dia, talvez, em outra